Quando comemoramos os 40 anos da conquista da lua, nos vem à memória um outro personagem caculeense que nos deixou muitas histórias.
Nosso inesquecível Sulino, que em 1969 possuía um boteco ou, como chamávamos à época, café; o Café de Sulino. Localizado num dos pontos do Mercado Municipal de Caculé, era o ponto preferido para discussões de futebol, política e atualidades.
O assunto do momento era a chegada do homem à lua. A Apollo XI chegaria ou não à lua? O homem pousaria ou não no solo do nosso satélite? Eram as indagações do momento.
Numa noite, poucos dias antes do grande feito, estudantes discutiam as possibilidades. Uns acreditavam ser possível, outros não. Os argumentos, contra ou favoráveis, eram os mais diversos, até que nosso “cientista” Sulino entrou na conversa e deu sua opinião: “Eu acho que o homem consegue encontrar o buraco para sair da terra e vai chegar até a lua; agora, encontrar a tampa da lua, pra ele entrar, aí vai ser difícil”.
Sorrisos, gozações, cartazes com desenhos alusivos à “tampa da lua” afixados nas paredes e murais do Colégio... A população, por alguns dias, só falava daquele assunto. Nosso amigo Sulino não suportava mais as brincadeiras. Os clientes ao pedirem uma cerveja, perguntavam o que ele faria com a tampa, era o bastante para ouvirem, no mínimo: “Vou por no... de sua mãe”.
Uma semana após Neil Armstrong ter pisado na superfície lunar, chega a Caculé a revista Manchete que traz uma matéria sobre o assunto e uma foto da lua com o desenho de um retângulo, mostrando o local exato em que a espaçonave pousou.
Sulino comprou um exemplar da revista e se mostrava vencedor, exibindo a fotografia: “Eu tava certo ou não tava? Olha a tampa da lua aí, cambada de burros!”
Se a NASA tivesse conhecido esse homem, seu futuro teria sido outro.
(*) Texto de Sebastião Brito, também conhecido por Cecé ou Tião.