UM HOMEM QUE, COM MUITA IMAGINAÇÃO E BOA PITADA DE MENTIRA, SE FEZ HERÓI (*)
Quem viveu em Caculé nas décadas de 60, 70 e 80, deve se lembrar muito de Hermandino Sales e de suas histórias, geralmente contadas em mesa de bar.
Contou ele, certa vez, que foi goleiro titular do Flamengo (Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro), por muitos anos.
Uma vez, o Flamengo foi contratado para um jogo amistoso num pais da África que comemorava sua data magna com uma grande festa. “Nosso herói”, como sempre, grande boêmio e chegado a farras, na noite anterior à viagem, se envolveu em uma farra, dormiu muito tarde e perdeu o vôo que levou a delegação à África.
Lá chegando o Flamengo, os torcedores africanos assediaram os jogadores querendo saber quem era Hermandino.
Frustração total e revolta da torcida. Boicote. “Hermandino não jogando, não iremos ao estádio”. Problema criado, o chefe da delegação entrou em contato com os diretores que haviam ficado no Rio, para que, de qualquer forma, mandassem o goleiro naquele dia.
Conseguiram um vôo, com escala em Roma e, lá se foi o grande jogador. Na escala em Roma, quem entra no avião? – O Papa, convidado de honra pelo governo daquele pais, para as comemorações. De Roma até o destino, reclamações do pessoal do Vaticano com os comissários, que não davam atenção ao Santo Padre, voltando seus cuidados e préstimos somente àquele rapaz de macacão vermelho e preto.
Quando pousaram no aeroporto de destino, uma multidão aguardava Sua Santidade e gritavam todos, numa só voz: VIVA O PAPA!!! VIVA O PAPA!!!, quando um torcedor ferrenho do rubro-negro carioca, que conhecia por fotografia seus ídolos, viu alguém descendo as escadas do avião e gritou: OLHA O HERMANDINO ALÍ!!! Foi o bastante para que todos os presentes partissem para a aeronave em busca de autógrafo ou tão somente para ver de perto o grande ídolo. Derrubaram o Papa nas escadas, deixando-o sozinho com a equipe do Vaticano e saíram carregando nos braços o jogador mais importante do Flamengo.
Nos braços da torcida, seguiu ele agradecido, porém, muito chateado com tudo aquilo.
“Se soubesse que ia acontecer tudo isso eu não teria vindo ou teria pedido ao Flamengo para me mandar num vôo particular”.
Glória e fama não é para qualquer um.
(*) Texto de Sebastião Brito, também conhecido por Cecé ou Tião, o filho de Seu Abdenor e Dona Maroca.
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quinta-feira, 9 de julho de 2009
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2 comentários:
Sessé,
E a do temido soldado brasileiro?
E a outra do poeirão no maracanã?
É... prá competir aí, só "Sarafim"...
Adorei a narrativa, só meu flamengo mesmo hein?!!!! rsrsrsrsrsr
muito legal
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